O Partido dos Trabalhadores, desde sua fundação em 10 de fevereiro de 1980, sempre teve presença ativa na cena política, nos primeiros 22 anos como oposição e nos últimos dez como situação no plano federal. Nunca ficou indiferente aos acontecimentos políticos e sociais ao longo destes 32 anos de existência. Sua contribuição para o processo democrático, nas lutas e mobilizações sociais, e para a consolidação da estabilidade econômica e social, no campo institucional, é inquestionável.
Forjado e construído por sindicalistas, militantes sociais e intelectuais, o PT veio para preencher o vazio na política brasileira, carente de lideranças com raízes sociais e dispostas a mobilizar as massas na perspectiva de rompimento com o modelo então vigente, a partir de um projeto de poder que combinasse democracia, liberdade e distribuição de renda.
Ao longo dos trinta anos de atuação no Congresso Nacional, consagrou-se pela combatividade, especialmente no período em que foi oposição, e pela capacidade de organização e de influência na definição da agenda e do conteúdo das políticas públicas, embora essa percepção tenha ganhado maior relevo a partir de 2003, quando o partido assumiu a Presidência da República.
O modo de organização, por núcleo temático, a disciplina da bancada e o rodízio obrigatório no exercício da liderança, na participação da mesa diretora, na presidência das comissões e na relatoria de matérias relevantes, combinados com uma assessoria profissionalizada e a forma militante de atuação dos deputados e senadores do PT, contribuíram enormemente para a qualificação da bancada, que lidera o ranking de parlamentares mais influentes no processo decisório no âmbito do Poder Legislativo Federal.
O grau de liderança do PT no Congresso Nacional, na condição de partido mais influente na articulação, formulação e negociação do conteúdo das políticas públicas, pode ser comprovado por duas linhas de aferição de atuação parlamentar, ambas do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Uma com base em critérios que combinam aspectos institucionais, reputacionais e decisionais; outra por enquete entre os próprios parlamentares, que livremente elegem “os dez mais influentes”.
A série “Os Cabeças do Congresso”, que há dezoito anos indica os cem parlamentares mais influentes com base em critérios amplamente aceitos pela ciência política, comprova, com números, a condição do PT de partido mais poderoso nas decisões do Parlamento.
No período de 1994 a 2011, dos 1,8 mil parlamentares, entre deputados e senadores, que figuraram entre os cem mais influentes, o PT participou com 383, seguido por PMDB, com 299; PFL/DEM, com 291; PSDB, com 284; e PPB/PP, com 104. Os demais partidos, incluindo os médios (PDT, PSB, PTB, PL/PR), tiveram menos de cem parlamentares entre os que lideraram as decisões no Congresso no período.
No levantamento para identificação dos “dez mais influentes”, que o Diap coordena há quinze anos, o PT também figura em primeiro lugar. Dos 150 deputados e senadores eleitos pelos “Cabeças” entre “os dez mais influentes”, o PT contribuiu com 41 nomes; seguido por PMDB, com 35; PFL/DEM, com 27; PSDB, com 26; PPB/PP, com oito; PDT, com sete; PCdoB, com três; PSB, com dois; e PTB, com um.
A capacidade de diálogo e de negociação dos quadros do partido, seja na direção dos órgãos colegiados do Congresso, seja na relatoria de temas relevantes, como a Lei Orçamentária e o PPA, é reconhecida e elogiada por todos os partidos, incluindo os de oposição. O compromisso do PT com o interesse nacional, com a qualidade de vida do povo brasileiro e com a democracia foi o que o levou ao posto mais alto da administração pública. Não por outra razão o partido governa o país há três mandatos consecutivos, feito jamais registrado no período democrático do Brasil.
Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista político e diretor do Diap
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