quarta-feira, 20 de julho de 2016

E o que falar dos educador@s? Qual é a lógica?

Perplexo com a notícia do pagamento de auxílio educação de 900 reais , aos filhos de juízes no Rio (que assim como todo os magistrados do Brasil, já recebem auxílio moradia de 4.500 de auxílio) resolvi escrever este texto, para esvaziar meu saco e não me envenenar com a indignação.
Passei a via toda ouvido a justificativa de que juízes,  policiais, auditores, fiscais, militares, pregoeiros, políticos e outros funcionários públicos, deveriam receber um grande salário para executarem suas funções sem que fossem subornados ou cooptados pela corrupção. 
O senso geral condicionava isso, como pressuposto da blindagem ao caráter e a ética de tais servidores. 
E o que falar dos educador@s? Qual é  a lógica? 
Nunca vi educador algum condicionando o ato de educar ao recebimento de auxílio moradia ou educação, adicional noturno, jeton ou outro penduricalho que elevasse seu salário de 1.500 mensais à 20, 40 50 ou mais mil mensais.
Nunca vi educad@r envolvido em corrupção, preso ou processado, mesmo recebendo pouco mais de 1.500 mensais, cheio de descontos no banco e na folha devido a adiantamentos financeiros necessários para somente sobreviver.
Vale lembrar que são estes os profissionais responsáveis por formar a base de todos os demais profissionais.
É esta ética, esta razão de ser educard@r, este valor pessoal é que reverencio e me apaixona. Fazem o que tem de ser feito, com dignidade, honestidade, profissionalismo e amor mesmo vivendo diariamente a falta de respeito e reconhecimento financeiro de quem manda!
Os educador@s, são efetivamente os heróis anônimos e prova cabal que ainda há jeito e chance de um futuro digno para nosso país.
Gravem isso:  daqui 50 anos, aqueles que lerem este texto, comparando estes dados e valores, confirmarão que, estes hoje desrespeitados, sem reconhecimentos, relegados e desvalorizados serão os que salvarão o futuro. É deles o genes da dignidade, ética e responsabilidade profissional e social que contaminará as futuras gerações.

Mas, enquanto isso, os magistrados, auditores, pregoeiros, militares, policiais, médicos e uma penca grande de profissionais que servem a população.....

domingo, 17 de julho de 2016

NA DEFESA DA DEMOCRACIA BRASILEIRA

O procurador do MPF Ivan Cláudio Marx, simplesmente, sepultou a tese de crime de responsabilidade, origem do pedido de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Assim como descaracterizou as decisões do TCU (Tribunal de Contas da União) que, desde abril de 2015, apontavam como crime esses procedimentos do governo. Importante lembrar que o MPF já tinha arquivado, um procedimento específico sobre o BNDES, com o mesmo entendimento de agora, de que os atrasos de pagamentos são "inadimplemento contratual", ou seja, o governo não fez os pagamentos nas datas pactuadas, descumprindo os prazos com os bancos. 
Se não há crime, não deverá haver sanção. Se houver sanção sem crime, neste caso é golpe.
O Senado e seus membros têm chance e o dever de defender a democracia brasileira entrando para a história de forma positiva.
Há dias atrás, esta mesma democracia foi ameaçada na Turquia, o povo de pronto foi às ruas defendê-la contra os golpistas armados.
No Brasil, se houver a consolidação do golpe, milhares de brasileiros não aceitarão pacificamente ver nossa democracia violada, e o sangue dos que tombarem, sujarão as mãos dos senadores e senadores que entrarão no rol da história como infames golpistas, covardes e responsáveis por estas mortes.
Desta forma, na defesa da democracia e da vida de milhares de brasileiros, as senhoras e senhores senadores devem defender a CF,  acabar com a farsa do "impeachment",  impedir o golpe e restituir o pleno mandato à presidenta democraticamente eleita pelo voto livre.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

"Sistema punitivo brasileiro não funciona para os ricos", diz Barroso, Ministro do STF

30/06/2016 09h00 - Atualizado em 30/06/2016 09h38

Em entrevista exclusiva a Roberto D’Avila, ministro do STF comenta o papel da Lava-Jato no imaginário brasileiro e diz que o país precisa de um sistema penal que valha para todos.

Em entrevista a Roberto D’Avila, com exclusividade para a GloboNews, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso deixa claro que o sistema penal brasileiro está longe de ser satisfatório. "O sistema punitivo brasileiro não funciona como prevenção geral para os ricos. Consequentemente, nós criamos uma sociedade cheia de ricos delinquentes, que sonegam, fraudam licitação, subornam, fazem lavagem de dinheiro. Portanto, nós precisávamos criar um sistema penal que valesse para todo mundo", afirma ele.
Em relação à Operação Lava-Jato, Barroso considera a ação da Polícia Federal e do Ministério Público importante para a prevenção de futuros crimes. "Quem ia doar para o caixa 2 vai pensar duas vezes. A melhor coisa que os rapazes de Curitiba fizeram foi oferecer um bom exemplo. Uniram-se membros do Ministério Público, Polícia Federal e a magistratura em um pacto de seriedade, de qualidade técnica, de trabalho de patriotismo, para ajudar a enfrentar um problema brasileiro, que é a corrupção. Acho que mudamos o paradigma ético no Brasil, mudamos a ética pública e agora precisamos mudar a ética privada", ressalta o ministro.
Barroso se mostrou ainda contra o foro privilegiado: "Sou contra. Precisa acabar. Precisa ser drasticamente restringido para os chefes de poder, talvez para os ministros do Supremo - não em causa própria - mas por uma questão mínima de hierarquia e proteção institucional. Porém, sou contra o foro por prerrogativa. Sou a favor de se criar uma vara federal especializada em Brasília com um juiz escolhido pelo Supremo com um mandato de quatro anos, ao final dos quais ele é promovido para seu tribunal. O foro por prerrogativa (privilegiado) é antirepublicano, faz mal para o Supremo e gera impunidade", defende Barroso.
Embora faça críticas ao presente, Luís Roberto Barroso tem uma visão otimista ao falar do futuro. "Talvez a gente não esteja em um momento de celebração. Mas acho que nós estamos fazendo uma revolução profunda e silenciosa no Brasil. E as mudanças que estão sendo feitas não vão se refletir no PIB do ano que vem, mas vão se refletir a longo prazo na vida dos nossos filhos", acredita ele.
Entre seus colegas, Barroso é avaliado como o maior advogado constitucionalista do Brasil. Aos 55 anos, ele foi escolhido pela presidente afastada Dilma Rousseff para ocupar a vaga de Ayres Britto no Supremo. Nascido em Vassouras, casado e pai de dois filhos, Barroso dividiu a carreira entre os escritórios do Rio de Janeiro e Brasília e a banca de Direito Público da UERJ.