sábado, 8 de outubro de 2011

Renê Ribeiro - Conselhão busca integrar conhecimento e empreendedorismo para alavancar a inovação

"Fomos honrados de articular a realização deste evento. 
Importante salientar que cada membro do CDES-RS foi fundamental, e sob a condução do Marcelo e da Mari, o evento foi um sucesso. Todos os representantes de setores do Desenvolvimento Tecnológico do RS (academia, governo e empresas) estavam presentes. O debate foi extremamente qualificado ao qual será fundamental para o desenvolvimento do RS"
                                                                   Renê Ribeiro

Governo estadual e federal desenvolvem parcerias no setor. Secretário do Ministério de Ciência e Tecnologia debateu assunto em reunião  da Câmara Temática. 
 
O Brasil precisa relacionar melhor sua produção científica com o empreendedorismo. Este foi o foco dos debates realizados nesta sexta-feira (07/10), durante reunião da Câmara Temática Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico com a presença do Secretário Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Ronaldo Mota, e dezenas de representantes do segmento.

Segundo Mota, é necessário estimular a produção de conhecimento tendo em vista as demandas do mercado. “O desenvolvimento tecnológico não pode ficar restrito ao meio acadêmico, mas deve dialogar com o meio empresarial. Trata-se de uma cultura de inovação, que devemos consolidar em nossa sociedade”, expôs. Na sua avaliação, o RS tem uma excelente estrutura de pesquisa, com academias qualificadas e um grande número de doutores trabalhando em diferentes linhas de pesquisa. No entanto, como na sociedade brasileira em geral, a inovação deve ser consolidada como referência da produção científica. “As linhas de pesquisa precisam se expandir, não ficando restritas à academia, mas interagindo com os diversos setores da sociedade. O elemento ‘demanda’ deve ser mais valorizado”, reiterou.
Ronaldo Mota acentuou que a inovação hoje é central. “Não temos nenhuma possibilidade de ter desenvolvimento econômico social sustentável, que não seja ancorado fortemente em inovação. O RS é um estado inovador  com grande potencial que, se explorado, induzido, incentivado com inovação como centro das políticas, certamente  tem todas as condições de ingressar numa fase de desenvolvimento sustentável”, declarou.
O Ministério da Ciência e Tecnologia é parceiro do RS num grande número de iniciativas, desde setores tradicionais como o coureiro-calçadista, passando pela microeletrônica até nanocosméticos. Este trabalho conjunto é realizado tanto por meio da Secretaria Estadual como pelo financiamento em pesquisa via CNPQ, Fapergs e Capes.
RS com grande potencial
O conselheiro Alexandrino de Alencar avaliou o encontro como altamente positivo. Para o  diretor-executivo da Odebrecht,  é fundamental começar a criar uma linguagem única juntando empresa, academia e governo para um objetivo comum pela importância da inovação. “O RS tem toda a base pronta para decolar e se diferenciar dentro do país”, analisa.
Nos últimos anos, o Brasil tem sido um dos países que mais avançou científica e tecnologicamente, ocupando a 13ª posição no ranking mundial de produção de conhecimento. No entanto, a sociedade brasileira deve desenvolver melhor sua capacidade de converter o conhecimento em capital para aumentar a competitividade tanto interna como externa. “Há grande produção de conhecimento, mas falta ainda sua transformação em inovações, de modo a afetar o setor produtivo”, revelou Mota.

Incentivo ao jovem empreendedor
Ele declarou que o Brasil tem duas metas: aumentar o investimento público no setor, o que já está em andamento, e estimular os investimentos privados. A participação privada em inovação deve ganhar maior ritmo, tanto aplicando na sua própria empresa, mas também em áreas coletivas. Entre as idéias apresentadas hoje está a criação de um fundo do setor privado, mas com suporte público, com foco no jovem empreendedor. “Precisamos investir nas próximas gerações, difundindo a cultura de inovação entre elas”, afirmou.
Segundo Mota, todo esse processo de transformação depende de uma rede integrada, com a participação de universidades, empresas e Estado, capaz de direcionar os avanços científicos. “É necessário valorizar a figura do gestor de inovação, que conheça o meio acadêmico e saiba as demandas de inovação do mercado, para direcionar os trabalhos de ciências e tecnologia”, concluiu.
“Estamos aprimorando nossa capacidade de gerenciamento das ações públicas, integrando os diferentes setores da sociedade. As políticas estavam muito mal articuladas. Apesar de termos melhorado nossa capacidade de orquestrar as coisas, de sincronizar as políticas, muito ainda deve ser feito nesse sentido.”

Integração do conhecimento com o mercado
O titular da Secretaria Estadual de Ciência, Inovação e Tecnologia, Cleber Prodanov, observou que um dos grandes desafios  do governo estadual é a mudança  cultural para a inovação dos diferentes agentes. Para ele, um dos importantes papéis da secretaria “é fazer esta concertação para que a sociedade, universidade e  empresas percebam que não basta gerar conhecimento tem que transferi-lo para a sociedade.
“Existem resistências ainda hoje na universidade com uma visão mais academicista, como também resistência nas empresas que preferem adotar ou comprar soluções ao invés de desenvolvê-las, como houve uma grande ausência do Estado ao longo dos anos em fazer este papel articulador.  Acho que estamos num bom caminho”, conclui. Prodanov

RS Tecnópole
A Secretária-adjunta da SCIT, Ghissia Hauber, expôs seram o que está sendo desenvolvido em âmbito estadual pela pasta, através do RS Tecnópole, com o relato do que já foi feito, assim como o plano de trabalho para os próximos anos.
Lançado em abril de 2011 pelo Governo gaúcho, o RS Tecnópole consiste em um programa para o qual convergem diferentes iniciativas voltadas à Ciência e Tecnologia, trabalhando com parques tecnológicos e pólos de inovação, de modo a centralizar as ações junto à Secretaria. Incentivo, apoio, articulação e difusão do conhecimento científico, tecnológico e de inovação no Rio Grande do Sul são as ações que caracterizam o escopo dessa estratégia.
De acordo com a apresentação dos titulares da SCIT, o programa RS Tecnópole está alicerçado em quatro eixos: Desenvolvimento Tecnológico Regional; Articulação e Inclusão; Fomento à Inovação; e Promoção de setores estratégicos do Estado do RS. “O desafio principal do programa está na operacionalidade, governança, concertação e articulação das ações voltadas à tecnologia, tanto para a formação de recursos humanos, como no desenvolvimento das linhas de pesquisas”, resumiu Prodanov.
Para o secretário executivo do CDES-RS, Marcelo Danéris, o debate possibilitou uma visão global da estratégia de ciência e inovação tecnológica para o Brasil, que o RS deve estar conectado e tendo papel indutor no segmento. “Desde o início deste ano, o governo do RS está de frente para o Brasil para potencializar esta relação”, resumiu

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