terça-feira, 29 de novembro de 2011

Copa 2014: Romário quer ver Ricardo Teixeira na cadeia


Romário volta a detonar Valcke e Teixeira e pede cadeia para envolvidos na ‘corrupção da Copa’


Quem é a nova bancada da bola?

O Blog do "Renê Ribeiro" reproduz texto do site da ESPN:

Romário volta a detonar Valcke e Teixeira e pede cadeia para envolvidos com ‘corrupção da Copa’

O ex-jogador e atual deputado federal Romário continua como a maior voz de protesto contra a Copa do Mundo de 2014. Nesta terça-feira, ele foi incisivo nos questionamentos a Jerome Valcke, secretário gera da Fifa, e a Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa, em audiência na câmara.

Mas foi em entrevista ao Bate Bola 2ª edição da ESPN Brasil que o Baixinho foi ainda mais crítico com relação à dupla Valcke-Teixeira e aos demais envolvidos com a Copa de 2014.

“A gente tem que torcer, como brasileiros, para que todas essas pessoas que foram citadas no meio dessas corrupções, no mínimo sejam presas até 2014”, afirmou o melhor jogador da Copa do Mundo de 1994.

Ao ser questionado sobre a atuação dos dirigentes de futebol no Brasil atualmente, o Baixinho não aliviou. “Na verdade é o seguinte: o ladrão, o corrupto, o que não presta, para o brasileiro é o político. Tem muitos colegas que realmente eu posso afirmar que estão dentro deste pacote. Mas no que se refere a dirigentes de entidades, clubes e federações no nosso futebol brasileiro, infelizmente eu tenho que afirmar que a cada dia essa corrupção, os roubos e falcatruas existem e vão aumentando de tamanho. O negócio no Brasil está realmente muito feio”, disse.


 Para ver clic aqui: http://espn.estadao.com.br/copadomundofifa/noticia/225383_ROMARIO+VOLTA+A+DETONAR+VALCKE+E+TEIXEIRA+E+PEDE+CADEIA+PARA+ENVOLVIDOS+NA+CORRUPCAO+DA+COPA

O deputado revelou ainda uma certa decepção com a sessão da Câmara nesta terça-feira. Romário afirmou que se sentiu boicotado pelos companheiros, que não foram tão incisivos quanto eles nas perguntas a Valcke e Teixeira. O Baixinho disse, ainda, que suas principais questões ficaram no ar.

“Em relação a alguns colegas que fazem parte da comissão, sendo bem sincero, eu não esperava nada de diferente porque muitos deles tiveram as campanhas bancadas pela CBF, até pela Fifa, então eles estão ali para cumprirem o papel de defender CBF, Fifa e quem banca todos eles”, comentou Romário.

“Já em relação a CBF e Fifa, eles não têm a mínima capacidade de me decepcionar. Eles carregam isso há muitos anos. Não vai ser hoje, muito menos na comissão, que eles vão se redimir. As perguntas que eu fiz foi as que o brasileiro queria ouvir. Mas eu esperava que eles não fossem responder, porque eles têm medo de responder. Se eles dessem respostas mentirosas, eu iria contra eles. Mas eles como pessoas inteligentes do mal, não responderam”, disse o ex-jogador.

Romário, que chegou a se referir à sessão da Câmara como “circo”, disse que continuará lutando por mudanças na gerência da Copa do Mundo no Brasil. “Vou lutar, brigar para que a Fifa não monte um Estado dentro do Brasil e nem que esteja acima da soberania brasileira”, disse.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Companheiro Corin responde Vereador Carmelito: A verdade

 Companheiro Corin responde falsa acusação do vereador Carmelito, que para justificar união com o Prefeito Mariovane (e tudo o que ele representa), tenta desviar a atenção da população de São Borja. 
É isso aí Corin!

"Lendo matéria publicada neste jornal  (FSB) na edição do último sábado (18/11) e também após acompanhar o pronunciamento do vereador Carmelito do Amaral, resolvi,  em nome de vários companheiros militantes e simpatizantes que fazem parte de nosso grupo de discussão vir a  público contestar as declarações aqui publicadas.
Quando o vereador justifica seu  apoio e de parte do PT ao prefeito Mariovane Weis, ele declara que apóia a união das esquerdas e que os companheiros que são contrários a adesão ao prefeito Mariovane Weis defendem uma coligação com o PP. Quero informar que nosso grupo sempre defendeu a candidatura própria, inclusive fomos os primeiros a lançar pré-candidato, companheiro Rene Ribeiro, que é nosso pré-candidato a prefeito de São Borja. Segundo declaração do vereador,  um alto dirigente do PP teria dito que as negociações com o PT estariam adiantadas. Não duvidamos provavelmente algum membro deste grupo que hoje faz parte da administração Mariovane Weis estejam negociando, pois esta prática é comum neste grupo. Recentemente negociaram o ingresso de parte do PT no governo Mariovane, sem passar pelo Diretório e Executiva do partido. Alias o grande mentor deste ingresso foi um ex vereador da ARENA que nem parte faz da direção partidária.
Importante lembrar que este grupo foi de casa em casa, dos integrantes do diretório oferecendo cargo para votar pela volta a prefeitura. Quando acharam que tinham maioria convocaram uma reunião no domingo pela madrugada para segunda feira à tarde definir a adesão ao prefeito Mariovane. A direção estadual anulou tal decisão,  que foi novamente votada e ficou empatada, tendo que o presidente Paulo Ibairro votar para definir a permanência no governo Mariowane.
Importante lembrar  que, os que votaram pela permanência ocupam cargos de CC no governo Mariovane,  ou possuem pessoas ligadas a eles no governo. Embora discordando de tal atitude, ainda estamos respeitando tal decisão. 
A justificativa  de grande aliança com partidos de esquerda é por nós também defendida, só que os partidos da base de apoio do prefeito Marivane não são de esquerda, PPS E PSDB são nossos maiores rivais a nível nacional e PMDB é nossa maior oposição no estado, PCdoB e PSB que são partidos de esquerda estão fora do dito governo, então ao meu ver a justificativa defendida pelo vereador é infundada.
Não gostaria de estar vindo a publico contestar  nosso vereador mas em nome daqueles que votaram e pediram votos para nosso companheiro Rene Ribeiro no último pleito municipal, aqueles que defenderam o projeto Dilma e Tarso nas ruas de nossa cidade, para que o PT pudesse governar o estado e continuar governando o país, pelos que ajudaram a conquistar o mandato de vereador,  vimos pedir ao nobre vereador que use aquele espaço para defender os projetos da Presidenta Dilma, do Governador Tarso e por que não do prefeito Marivane Weis  já que o “senhor faz parte de sua base”, e deixe de usá-lo para atacar companheiros.


Antonio Sartori Corin
Militante e filiado desde 1992
Ex presidente de 2005 a 2007 e 2007 a 2009"

sábado, 19 de novembro de 2011

Belo Monte

Tenho acompanhado o debate que se tornou o "xodó" dos "globais".
Este movimento equivocado e, populista que tenta induzir o povo brasileiro a postar-se contra a hidrelétrica de Belo Monte.
Falam dos índios, do meio ambiente, gerações futuras, e todos os "chavões" que acostumaram utilizar  para "forçar" e cristalizar suas verdades, “encardindo” o subconsciente do povo!
Se, estes “globais”, estivessem realmente preocupados com todos estes conceitos de futuro, lutariam para moralizar a “criança esperança" (que é um estelionato de tributos, que AÍ SIM, pago por todos nós), ou fariam um movimento similar para banir do Brasil o “big brother, futilidade que aliena nossa juventude.
Mas não, têm objetivos claros:  desinformar para convencer, como sempre!
Neste contexto, importante informar a todos, que TODA  a energia elétrica utilizada pela cidade de Manaus e outras dezenas de grandes cidades da Amazônia, é produzida por motores que utilizam o óleo diesel como combustível. PETRÓLEO com alto poder de poluição.
Belo Monte é um mal menor.
A “comoção” esta sendo criada, por setores de alto poder aquisitivo, que induzem pessoas de boa fé, em lutas sem que tenham todas as informações.
A Hidrelétrica de Belo Monte será a primeira grande hidrelétrica ecologicamente correta, que ao invés de inundar longas extensões com sua barragem gigantesca (como sempre foi feito da forma tradicional), inundará somente o leito naturalmente alagável que, como se, o rio estivesse alagado ou “cheio”. Nada mais que o natural!
Está nova técnica chama-se “usina a fio d água”, que produz baixo impacto ambiental, e está sendo utilizada, por determinação da Presidenta Dilma.
Sendo assim, a comoção contra “Belo Monte”, é fundamentada em “meias-verdades”, criada e “financiada”, por interesses milionários de fornecedores de combustível para a geração de energia “suja”, outros interesses que aqui no sul não sabemos.
Tudo pelo “vil metal”!

Sete perguntinhas sobre a Rocinha que a Globo não responde


A Globo agora resolveu transformar a Rocinha num theme park.
Uma Disneylandia.
Daqui a pouco fará um reality show com a moderação do Bial.
Antes, a Globo defendia a remoção das favelas do Rio, como nos bons tempos do Carlos Lacerda.
O prefeito Eduardo Paes chegou a acenar com umas remoções, para acalmar os filhos do Roberto Marinho – levar os pobres para bem longe.
Ia ser difícil.
Melhor foi fazer a UPP e tornar a favela irreversível.
Na derrota, a Globo vai em busca dos vitoriosos – os moradores da Rocinha.
Mas, este ansioso blogueiro não resiste a fazer umas perguntinhas.
Que a Globo provavelmente não quer responder.

1) Nem disse que 50% da grana ia para policiais – quem ? ;

2) Edu, caixa do Nem, tem um notebook com o nome dos clientes – cadê o note book do Edu ? Que nomes estão lá dentro ?
3) Por que a delegacia de Maricá queria levar o nem para Maricá, que fica 60 km fora do Rio ?
4) Por que o Beltrame quer tanto que o Nem se beneficie da “delação premiada” ?
5) Quem são e onde estão os PMs que iam dar fuga a um dos traficantes ?
6) Qual a garantia de que não vão queimar o arquivo e matar o Nem na cadeia ?
7) Por que a Polícia só distribui as imagens à Globo e, não, numa entrevista coletiva a todos os cidadãos ?

Paulo Henrique Amorim

sábado, 5 de novembro de 2011

Carlos Mariguella caiu em combate em 04 de novembro de 1969, !


Nossa homenagem a esse herói da luta contra a ditadura militar!

Precisamente na noite de 4 de novembro de 1969, Carlos Marighella foi assassinado por agentes de repressão da ditadura militar numa emboscada em São Paulo, chefiada pelo facínora Sérgio Paranhos Fleury, delegado do DOPS, órgão oficial dos ratos covardes torturadores. Marighella foi um dos principais líderes da luta armada durante o período da ditadura semifascista. Apesar das divergências com o programa defendido por Marighella tanto no PCB como na ALN, rendemos nossa homenagem a esse herói da luta contra o regime dos gorilas, que morreu em combate contra a dominação do país pelo imperialismo e seus títeres de farda.

Nascido em 05 de dezembro de 1911, iniciou sua militância aos 18 anos, quando ingressou no PCB, em 1930, numa fase em que o partido comunista enfrentava profundas crises internas decorrentes de sua adaptação ao stalinismo. A onda de reação que se seguiu à aventura de 35, mais uma das fracassadas insurreições preparadas pelos agentes da III Internacional stalinista, vários militantes foram presos e barbaramente torturados pela polícia de Filinto Müller. Marighella foi detido em 1º de maio de 1936 e permaneceu encarcerado por um ano durante o governo Vargas. Elege-se deputado federal constituinte pelo PCB baiano em 1946, mas teve o mandato cassado em 1948, em virtude da nova proscrição do partido.

Após o golpe militar de 1964, é baleado e preso por agentes do DOPS no Rio de Janeiro. Libertado em 1965, Marighella começa a divergir da política do PCB diante do regime militar. Criticando o imobilismo da direção, que ficava a espera de espaços para a atuação política dentro das regras e dos limites impostos pelo próprio regime ditatorial, solicitou seu desligamento da Comissão Executiva em dezembro de 1966, anunciando sua disposição de lutar revolucionariamente contra a ditadura. Em 1967, na Conferência Estadual de São Paulo, as posições de Marighella são esmagadoramente vitoriosas (33 a 3) sobre o restante do Comitê Central, mesmo tendo como opositor o próprio Luiz Carlos Prestes. Contrariando as ordens do CC, que o ameaça de expulsão, Marighella vai a Cuba para participar da conferência da OLAS. O passo seguinte foi sua ruptura com o Comitê Central e, como consequência, sua expulsão do PCB. Ao retornar ao Brasil, Marighella funda a Ação Libertadora Nacional (ALN) e inicia as ações armadas contra a ditadura militar. Desgraçadamente, uma característica fundamental da ANL foi a negação da teoria leninista sobre o papel do partido da vanguarda do proletariado no processo revolucionário. Sob a influência do guevarismo e da experiência da revolução cubana, adotou como lema “a ação faz a vanguarda”, partindo para a luta armada. A cisão de Carlos Marighella com o PCB não significou sua renúncia ao stalinismo. O norte estratégico da ALN, não por acaso quase o mesmo nome da organização de caráter frente populista criada em 1934, era a restauração da democracia burguesa e a criação de um governo que realizasse algumas reformas sociais, como a reforma agrária, e assumisse uma posição de independência frente ao imperialismo.

Apesar de todas essas limitações, o incontestável heroísmo na luta contra a ditadura militar, fazem de Marighella um herói dos trabalhadores brasileiros e de sua vanguarda comunista. A LBI, que se mantém firme no combate por desmascarar a democracia dos ricos como uma face da ditadura do capital e dedica o melhor de suas forças à construção do partido revolucionário, espelha-se no exemplo inquebrantável de Marighella que, apesar dos erros programáticos, não traiu a causa que defendia, morreu em combate e pagou com a sua própria vida na luta contra os gorilas genocidas!
Postado por LBI às 13:28

"Lutam melhor os que têm belos sonhos" (Che)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

São Borja. Zona Franca mais perto!

Aprovada Zona Franca para São Borja
01/11/2011

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta terça-feira (1º) projetos que sugerem a criação de zonas de processamento de exportação (ZPE) nos municípios de São Borja (RS) e Sorriso (MT). O objetivo é acelerar o desenvolvimento dos municípios e entorno por meio da dispensa de impostos para atrair empresas e indústrias, criando uma área privilegiada para trocas comerciais, sobretudo para exportações.
A aprovação da matéria foi marcada por manifestações desvinculadas de orientação partidária. Quando se trata de votações de temas que envolvem a oferta de incentivos locais, de modo geral os parlamentares votam a favor do interesse de seus estados e municípios.
Já existe uma lei geral dispondo sobre a criação de zonas de livre comércio, com previsão para que o próprio governo, por decreto, defina pelos empreendimentos, a partir de parecer do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportações.
A lei foi citada em parecer do governo contra os projetos, como informado na reunião pelo líder Romero Jucá (PMDB-RR). Ainda assim, ele disse que iria desconsiderar a orientação e votar a favor das propostas a favor das zonas para São Borja e Sorriso, que acabaram aprovadas com larga margem de votos.
O senador Alvaro Dias (PR) foi o relator do projeto (PLS 511/2009), com manifestação a favor da ZPE em Sorriso, uma sugestão da então senadora Serys Slhessarenko. O colega tucano Aloysio Nunes (SP) votou contra por entender que as zonas de livre comércio não são as melhores alternativas para estimular o desenvolvimento e absorvem recursos públicos que poderiam ser mais bem utilizados.
- O problema não é só de incentivos. Se isso fosse solução poderíamos fazer do Brasil uma grande ZPE - disse Aloysio Nunes, acrescentando ainda que os projetos desse tipo são "inócuos", já que a decisão é do governo.
O projeto para a ZPE em São Borja foi apresentado na legislatura passada pelo então senador Sérgio Zambiasi. O exame ficou a cargo de outro tucano, senador Cyro Miranda (GO), que também apoiou a proposição (PLS 130/2009).
Os dois projetos foram aprovados em decisão terminativa, indo agora para exame na Câmara dos Deputados.


terça-feira, 1 de novembro de 2011

O Globo. A hipocrisia do P.I.G (Partido da Imprensa Golpista) é d+!

Segundo O Globo, Lula estragou o Brasil. Você concorda? 

"Com o tempo uma imprensa cínica e corrupta formará um público tão vil quanto ela" - JosephPulitzer
 
Tem sentido Lula dizer que certa imprensa não larga do seu pé. E o sistema Rede Globo vestiu muito bem a carapuça ao tentar, de todas as formas, que as massas ganhem as ruas ou que o "povo entenda" que a corrupção no Brasil surgiu no governo lulopetista. 

O Globo caiu no ridículo ao afirmar que o Congresso da UNE foi um evento chapa-branca e que Lula capturou os movimentos sociais desse país.

Que a “raiz profunda” da pequena disposição contestatória da população teria nascido com “lulopetismo”, e  antes que Lula chegasse ao poder, o problema inexistisse.

E que na visão do O Globo, até 2002, existia no Brasil uma sociedade com ampla participação popular, onde o povo fiscalizava os políticos e a corrupção passava despercebida, no entanto com a chegada do lulopetismo, Lula estragou tudo.

Pois bem, vale conferir na íntegra o texto o  Brasil de Juan Arias, por Marcos Coimbra disponível no blog Luis Nassif , porque para o Globo Lula estragou o Brasil. Você concorda?

Por Marco St.

O Brasil Visto de Fora

Marcos Coimbra

Passamos um pedaço da semana ocupados com um assunto menos importante que parece. Foi suscitado pelo correspondente do jornal espanhol El País, em artigo em que discorria sobre sua dificuldade de entender por que os brasileiros não ficam “indignados” com o Brasil. Em especial, por que não saem às ruas para protestar contra a falta de ética e a corrupção.

O texto foi republicado por O Globo, três semanas depois de ter saído na Espanha. Parece que a direção do jornal carioca ficou indignada com a falta de repercussão do texto original. Resolveu traduzi-lo e mandou fazer reportagem de capa a respeito do tema.

O autor, Juan Arias, deve ter ficado satisfeito com a deferência de seus colegas. Voltou à discussão na terça feira, dessa feita em matéria intitulada “A imprensa se converte no paladino contra a corrupção no Brasil”. Titulo tão surpreendente para quem conhece as corporações da mídia brasileira que só pode ser explicado como retribuição ao destaque que recebera.

Suas ideias foram encaixadas no modelo de interpretação de nossa realidade que é típico das redações dos grandes jornais. Nele, tudo é explicado a partir de uma premissa: os males do Brasil são culpa de Lula e do PT.

É fácil interpretar nossa realidade política e social sabendo, de antemão, a resposta a todas as perguntas. Qualquer coisa pode ser assim compreendida, incluindo a “apatia da sociedade” que não se indigna e não reage contra tudo de errado que existe.

Como afirmou o editorial de O Globo: “O fenômeno da inapetência política diante do assalto aos cofres abastecidos pelos pesados impostos pagos pelo contribuinte tem múltiplas raízes. A mais profunda deriva da bem-sucedida execução de um projeto de cooptação com dinheiro público...(através de organizações) convertidas em correias de transmissão do lulopetismo”.

O engraçado no raciocínio é que a “raiz profunda” da pequena disposição contestatória da população teria nascido outro dia. Se foi obra do “lulopetismo”, é de imaginar que, antes que Lula chegasse ao poder, o problema inexistisse.

Na visão singela do editorialista, talvez fossemos, até 2002, uma sociedade de ampla participação popular, onde o povo vigiava os políticos e só tínhamos a corrupção que passava despercebida. Foi quando veio Lula e estragou tudo.

Não parece que Juan Arias concordaria com uma tese tão superficial. Seu texto não atribuía ao “lulopetismo” a responsabilidade pela situação que o deixava perplexo. O que discutia eram os traços gerais de nosso sistema político, em nada circunscritos a um partido ou governante. A “indignação” que cobrava não seria do povo contra o governo federal, mas também o Congresso, a política nos estados e nos municípios.

O texto tratava Dilma de maneira peculiar. Para ele, “(...) curiosamente, a mais irritada com o ataque dos políticos aos cofres públicos parece ser a primeira presidente mulher”. Ou seja, apesar da lamentada ausência do “povo nas ruas”, ela seria “indignada” o suficiente para não aceitar a corrupção e estaria dando mostras disso no modo como enfrentou os casos Palocci e Alfredo Nascimento.

Nem se precisa dizer que essa avaliação esteve totalmente ausente nas repercussões do texto no Globo. Admiti-la implicaria abrir mão do modelo em que o “lulopetismo” é o grande culpado.

O assunto acabou fazendo um percurso curioso. Primeiro, um correspondente estrangeiro escreveu um artigo com o olhar característico de quem vê de fora nossos problemas. Daí, achando que era instrumental, um jornal local o importou, adaptando-o à sua visão.

Foi buscar lá fora argumentos que referendavam suas ideias e lhes davam certo ar cosmopolita, mesmo algumas que o texto inicial não subscrevia. Terminou como se o El País condenasse o “lulopetismo”.

Não era isso, mas quem se importa? Em redações como a desse jornal, a única coisa relevante é combater.

Por Beto Vasquez

Primeiro, importante lembrar que Juan Arias era um velho dinossauro inconveniente e, pra poderem se livrar dele, lhe "promoveram" com a sucursal brasileira do jornal El Pais (se fosse político, diríamos que se trata de uma embaixada).

No mais, o "neutro" Arias, foi o mesmo que ano passado, 6 meses antes da eleição escreveu um artigo dizendo que o Serra, e não Dilma, seria o verdadeiro candidato de Lula...sei, sei, sei...visão imparcial e justa. Neutralidade e ascepcia típicas de um analista internacional que vë com "distanciamento" os problemas tupiniquins...conta outra. É tudo farinha do mesmo saco. Só faltava agora o Coimbra tentar aliviar a barra do Arias como se ele fosse o bom e ingenuo gringo que apenas relata a "verdadeira realidade" brasileira.

Después de Lula ¿qué?

O presidente brasileiro renunciou a disputar um terceiro mandato que poderia ter ganhado facilmente. Seus possiveis sucessores, a ex-guerrilheira Dilma Rousseff e o social-democrata José Serra, seguirão seu caminho

Juan Arias 15/02/2010

A pergunta: depois de Lula, o que?, ou seja, como será o Brasil sem Lula, não é retórica. É uma pergunta que começa a ser feita não apenas por analistas políticos, mas pelo homem comum. Uma coisa é certa: vai haver, historicamente, um antes e um depois de Lula, o ex-torneiro mecânico que tomou o controle do país faz oito anos e conseguiu colocar o Brasil entre as potências emergentes do mundo junto com a Índia e a China.

Lula deixa um país com 20 milhões a menos de miseráveis que ascenderam à categoria de cidadãos e entraram no mercado de consumo. Hoje, o Brasil, com seus quase 200 milhões de habitantes, pretende ter um assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Lula tornou visível o Brasil e suas possibilidades econômicas e culturais no cenário mundial.

Não se deixou levar pelo sonho de tentar uma terceira vitória eleitoral, modificando a Constituição, alegando, em claro espírito democrático, que "melhor que a continuidade do poder é a alternância, para a saúde da democracia". Se pode afirmar sem dúvida que se trata de um gesto de generosidade político levando em conta que, se tivesse se apresentado para um terceiro mandato, teria ganho plebiscitariamente.

O presidente ex-sindicalista conseguiu algo que, quando chegou ao poder em 2003, parecia impossível: descolar-se da esquerda de seu partido, o Partido dos Trabalhadores (PT) e por em marcha, durante seus dois mandatos, uma política econômica neoliberal que deu segurança e outras garantias aos investidores estrangeiros. Às vezes -- em uma espécie de quadratura do círculo -- tem sabido conjugar essa política, aplaudida pelos banqueiros, com fortes e vistosas políticas sociais, com as quais conquistou milhões de pobres, diante dos quais se apresentou como um bom pai, ainda que a oposição classifique isso de assistencialismo. "Hoje os pobres tem mais comida na mesa e podemos ter um cartão de crédito", me dizia um jardineiro, orgulhoso de ter podido abrir uma conta no banco com 10 reais (4 euros).

Lula sai de cena, mas sabe que voltará, talvez já em 2014. Mas no momento sai. E a partir de primeiro de janeiro próximo o Brasil será um Brasil sem Lula. O que vai acontecer? Nada. Seguirá sendo um país com instituições democráticas consolidadas; um país que não só conseguiu sair, sem quebrar, da crise financeira mundial, mas que já está crescendo; um país sem possibilidade de golpes de qualquer tipo e, apesar de alguns impulsos populistas em alguns momentos -- pela influência sobretudo do chavismo -- que não se deixou arrastar pelo populismo em voga na América Latina.

O Brasil é um país que vai continuar sendo respeitado e admirado no mundo, inclusive sem o Lula, porque foi ele quem teve coragem de respeitar as bases democráticas construídas pelos oito anos do governo antecessor, o do social-democrata Fernando Henrique Cardoso.

Faltam quatro meses para uma contenda presidencial que vai ser dura e disputada, mas democrática. Se não houver surpresas de última hora, nenhum analista político apostaria em um cenário diferente do que está se formando, com duas únicas candidaturas capazes de ganhar as eleições de outubro: a da ministra e ex-guerrilheira, Dilma Rouseff, de origem húngara, que é a candidata preferida de Lula, uma espécie de sombra. Se ela vencer as eleições, será na realidade um terceiro mandato de Lula e asseguraria a continuidade de um certo lulismo, a política pessoal que Lula levou a cabo, afastando-se inclusive das diretrizes de seu partido.

Mas Dilma, ao mesmo tempo, não é Lula. É quase um anti-Lula, porque mais que uma iluminada ou uma improvisadora como ele, é uma gestora, que carece do carisma de seu chefe, que nunca disputou anteriormente eleições, nem para prefeita, e que chegou tarde ao Partido dos Trabalhadores, que oficialmente vai escolhê-la como candidata nas próximas semanas, ainda que não fosse Dilma a sua escolha preferida. Foi sempre e somente de Lula, que a escolheu por ser mulher, por ser dura e forte de caráter. O mandatário pensa que se Dilma foi capaz de sobreviver à tortura, poderá ser firme na direção do país. Além disso, vai seguir mais a direção de Lula que a do seu partido [o PT].

Dilma é mais de esquerda que Lula, que na verdade nunca foi de esquerda. Dilma militou nos movimentos revolucionários de extrema esquerda que lutavam em favor da ditadura do proletariado durante a ditadura militar. Foi encarcerada e torturada pelos militares e hoje daquele passado resta apenas um forte sentido social. Sua paixão é a gestão do poder.

Se ganhar Dilma, dizem os especialistas, terá ganhado Lula, sua força de convicção. Se perder, seria a perda dela, que não teria sabido capitalizar o apoio de Lula que, faz um ano, a leva pelo braço por todas as partes, até a uma audiência, no ano passado, com o papa Bento 16.

Hoje, as pesquisas dão Dilma como perdedora ante o social-democrata e governador de São Paulo, José Serra, ainda que a cada mês ela vá aumentando seu índice de aprovação, que está em torno de 30% diante de 40% de seu adversário. Dilma cresce à medida que os pobres descobrem que ela é a candidata preferida de Lula.

Serra representaria a alternância normal do poder, interrompendo de alguma forma a continuidade do PT no poder e do lulismo. Como Dilma, o governador de São Paulo, um fã da política que foi parlamentar e duas vezes ministro, além de prefeito da cidade de São Paulo e hoje governador do dito estado com altíssimos índices de aprovação, é também mais um gestor que um carismático. É uma pessoa séria, ainda que afetuosa, nada populista, que já disputou em 2002 as eleições presidenciais com Lula, que levou ao segundo turno e de quem sempre foi amigo pessoal. Sua campanha não seria "contra Lula", mas "depois de Lula". Se situa à esquerda de Lula e acentuaria algumas políticas deixadas pelo governo atual.

Com Serra, o Brasil seria um país sem Lula, mas ainda com Lula, no sentido de que o governador paulista não nega nenhuma das conquistas sociais de seu governo, nem o brilho que o ex-metalúrgico deu ao Brasil no mundo. Serra lutou nos movimentos estudantis durante o tempo da ditadura e teve que exilar-se por vários anos.

Lula deseja que a campanha seja uma espécie de plebiscito entre o que fez pelo país e o que fez seu antecessor por oito anos, o que já conseguiu. Seria como perguntar às pessoas se querem seguir com as conquistas conseguidas por ele ou voltar ao passado. Sem dúvida é uma falso dilema que Serra, se aceitar ser candidato, se encarregará de desmascarar.

Para Serra, seu governo não seria uma fotocópia do passado social-democrata de Cardoso, mas uma página nova. Seu programa, que estaria sendo preparado por uma equipe de sábios, teria como foco "aperfeiçoar" o que Lula começou e não quis ou não pode levar a cabo, e em melhorar aqueles campos nos quais os cidadãos se sentem mais frustrados e ainda insatisfeitos, como a educação, a saúde, a segurança cidadã, a reforma política, a reforma fiscal, a luta contra a corrupção, sem contar a ainda grande injustiça do Brasil: a tremenda disparidade entre ricos e pobres, entre os brancos e os de cor, entre escolarizados e analfabetos.

Sem Lula agora e quem sabe com Lula amanhã de novo, o Brasil é um país que escolheu o caminho certo, que o levará a consolidar o milagre de seu desenvolvimento. As diferenças do possível sucessor de Lula, que não será um líder carismático, não vão afastar o Brasil de seu objetivo de ser levado em conta no cenário mundial, de sua aposta na democracia e de uma certa e indiscutível liderança na América Latina e, quem sabe, algum dias, mais além