Algumas fotos, documentos e considerações da minha trajetória na Brigada Militar.
Muito companheirismo, trabalho, lutas, mobilizações e transformações!
Esta postagem não esta acabada.....
Você pode contribuir, nos enviando suas lembranças, opiniões, fatos e fotos. Vamos construir a história!
O objetivo é lembrar aos mais novos, o que era a Brigada em comparação com a atual.
Minha mãe me entrega o certificado de formação 1987 |
Painel com os foto dos colegas de formatura do curso em 1987
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O "grupo", comandado pelo CB Ladir, Sd Eraldo, Felipe, Mirandão, Guimarães e Rene.
Aprendi muito com estes colegas. Técnicos, competentes, operacionais. Penso que deveriam haver um incentivo grande para que veteranos deste quilate ficassem e fossem instrutor da "vida prática policial" dos novos PMs! Esta foto em 1990, é após o almoço, no interior de Itacurubi, onde fazíamos uma operação de combate a assaltos, tráfico, abigeato e contrabando. Como disse, íamos armados com fé , esperança e coragem. Bons companheiros da época, hoje todos aposentados. Apreendi muito com eles! Mas volto a ressaltar que nós tínhamos de trabalhar sem coletes, e a munição dada pelo governo da época, era de 38 recarregada. Nós tínhamos que comprar a própria munição, para que nas ocorrências, que não eram poucas e sempre pesadas, com tiroteios, não ficássemos a mercê dos bandidos. Muitas munições nem saiam do cano do revólver!. Tudo isso começou a mudar com o nosso governo, do Olívio Dutra, que criou regras de segurança para a munição. Naquela época, lutávamos por coletes a prova de bala. Após muita pressão feita por nós, o governo mandou alguns coletes. Abrimos e vimos que ao invés de um material a prova de bala, era "recheada” de placas de raio “X”. Um dia, peguei o tal colete e levei para um local e junto com os colegas testamos eles. Atiramos de .22, .32, .38 e .380. Passou todos os tiros. Levamos os "coletes" e entregamos ao comando da época, dizendo que além de não proteger, era um peso morto para carregar durante uma ocorrência. Ameaçaram-nos com punição. Nós ameaçamos ir para a imprensa. E aí "deixaram" por isso mesmo! Recolheram os ditos coletes e nunca mais apareceram. Havia a informação que, o governo da época comprou os “coletes” da uma empresa de um político do partido governista. Quando assumimos o governo do estado, junto com o secretário Bisol, padronizamos a utilização de coletes!
Durante o tempo que estive na ativa, atuei em 4 centenas de
ocorrências, tanto na BM ou nas atuações com a Policía Federal. Nestas ocorrências, foram dezenas de tiroteios e centenas
de prisões.
Felizmente sobrevivi assim como muitos outros colegas.
Outros, infelizmente, faleceram ou foram feridos e tiveram de ir para
inatividade.
A vida era muito dura!
Habilitação que possibilitava a conduzir embarcação na Brigada. Eu o Cb Ladir, Cb Ivo e o Guimarães fomos habilitados.
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Parte da nossa equipe de operações especiais e combate ao abigeato |
Patrulha de policiamento em operações especial. Rural e Urbano 1991 Festas de confraternização no Esquadrão da BM em São Borja final da década anos 80/90. |
Quando fui Presidente da Câmara de Vereadores de São Borja
em 1997, recebi o Presidente da Assembleia José Gomes (soldado da Brigada) e um
dos maiores símbolos de luta que transformou para melhor a instituição.
Pedido para que fosse investigado comando da BM de São Borja |
Carreata em na eleição de 1997, com o camarada Olívio! Lula e Bisol: Aqui começou a mudança para que houvesse Cidadania que hoje é usufruida pelos PMs do RS. |
Com Tarso na eleição para governador que fomos derrotados em 2002! |
Recebendo Tarso Genro em São Borja. Coordenei a campanha na cidade e fizemos 71% dos votos na eleição de 2009. |
Recebi apoi da presidente Dilma como candidato a prefeito de São Borja. Numa eleição que concorremos tendo como vice a prof. Nara Viana, esposa do Sargento bombeiro Élvio Viana. Durante a eleição sentimos o preconceito de termos relações profundas com a Brigada Militar. |
Eleição a prefeito de São Borja em 2012: Primeira vez na história do RS, que um chapa de candidato a prefeito e vice tem relação direta com a Brigada Militar! |
Na festa dos 20 anos de formatura da turma. Frente do 5º RPMON em Santiago |
Na nossa eleição de 1996 com o então deputado Paim |
Companheiros da Brigada, na Foto, o os CB Ladir, sds, Júlio, Miranda, Gilvan, Campos, Guerreiro, Goulart, Nestor, Braga, e mais.... que nos acompanharam na linha de frente da eleição de 1996. Turma de fé e responsáveis pela transformação da Brigada! |
Quando criamos a Associação dos Cabos e Soldados BM de São Borja. Fui o presidente que organizou, mobilizou e registrou a entidade representativa. Uma das primeiras "ASSOCIAÇÃO". do Estado! |
Quando nós paramos o estado na primeira greve dos PMs da história do RS e do Brasil! |
Noticia de ação das esposas dos PMs de São Borja. Era mobilização constante. Tudo isso deu os frutos: Transformou a BM! |
Nosso panfleto, quando concorri a vereador em 1995 |
As heroicas esposas dos PMs de São Borja, na mobilização. Os praças não podiam se manifestar na época (ver data). São Borja era referência nas mobilizações no interior do RS. Mas éramos os mais visados e perseguidos também! A Regina esposa do hoje, Sargento Júlio, que esta na ativa e em São Borja, era a companheira Presidenta da Associação das Esposas dos PMs! |
Denunciando arbitrariedades que os PMs de São Borja eram vítimas por parte do comando local! |
Defendendo a BM. Não os atos de alguns oficiais! |
Uma das 06 lista de votação aberta, que escolheu o praça PM para
concorrer a vereador de São Borja na eleição municipal de 1996. Fui
eleito por 95% dos PMs.para poder concorrer tive de optar em sair da BM pois tinha somente 8 anos de "serviço". Na época presidente da Associação dos Praças da BM de São Borja. FATOS E LEMBRANÇAS
*Certa vez, tentavam encontrar
uma forma de me punir. Desta forma, o sargenteante Bogado me colocou mais de
dois meses de serviço na rua Riachuelo, somente na quadra em frente ao mercado
"Trevisan". Pois neste local "não tinha como descansar alguns
minutos, não tinha como tomar água, nem onde ir no banheiro", e de tempo
em tempo alguém "de confiança" passava para ver se eu estava "no
posto"!
*Outra vez, o comando me
"caçava" dia e noite, mas eu não deixava "furo". até que um
certo dia , como era normal, trocar de serviço, eu troquei com o Lançanova. Eu
tirei o serviço do turno do Lança, e quando ele foi assumir o meu, foi
impedido. Resultado: deram-me falta no serviço e eu fui preso por uma semana!
*cada PM que vinha trabalhar
em São Borja e estava comigo, eu procurava ensinar a dirigir....durante as madrugadas
de ronda, sempre tinha um novato em locai ermos assumindo o volante. Minha
regra era a seguinte: imagina se o motorista é baleado e o patrulheiro na sabe
dirigir?
*Numa tarde estava patrulhando
a cidade e soube que havia acontecido um tiroteio no rio Uruguai, onde dois
Pms, o Soldado Ivo "capincho"e o soldado Manoel estavam patrulhando
as aguas com a lancha (foto acima, cor vermelha). Estes Pms abordaram um barco,
que estava lotade de carne roubada e foram recebidos a "bala" pelos
ladrões. Os dois Pms foram baleados e o barco ficou todo furado e o motor
avariado. Após o tiroteio o Pm Ivo conseguiu remar até a costa do Brasil, atou
o barco num sarandi e foi buscar socorro. Após andar 3 kilometros, rio acima,
dentro do mato, na costa do rio, chegou numa granja e aí comunicou a Brigada em São Borja, distante
há 30 km do local. Recebi ordem de ir lá e socorrer o PM Ivo que estava baleado
e esperar, e esperar reforço para buscar o PM Manoel há 3 km rio abaixo do
local onde já estava. A ordem era para não ir, pois os ladrões estavam
espalhados pelo mato e se vissem PMS atirariam. Assim como fizeram com os
colegas. Cheguei ao local, coloquei o Ivo na viatura, um fuca, que foi para a
cidade. Como nunca fui de obedecer ordem “absurda”, Peguei um “mosquetão”, enchi
os bolsos de bala, desci o barranco, encontrei uma chalana e remei rio abaixo,
chegando no local onde estava o barco amarrado com o Pms Manoel baleado. Foi
uma tensão terrível. Eu só, dentro de uma chalana, costeando a margem, com o
fuzil pronto, sem saber de onde viria o primeiro tiro. Cheguei ao local do
barco, o Manoel estava dentro d’água (ele amarrou uma corda na mão e se jogou
na água, ao lado do barco, pois o calor era insuportável e o risco de ficar
dentro do barco era maior ainda). Coloquei o PM Manoel no barco, sentei no
banco de tábua, coloquei ele sentado no piso do barco, e a cabeça no meu colo.
Desta forma ele estava mais protegido, e eu poderia remar rio acima. O Manoel
dizia “Rene não me deixa morrer, não me deixa morrer....tenho meus filhos...não
me deixa morrer”. Foi terrível a situação... remei rio acima sem parar. Quando cheguei
no portinho da granja, os demais colegas já estavam lá. Levamos o Manoel para o
Hospital. Fiquei com as mãos em “carne viva” por remar no desespero, para salvar
o colega! E tomei um “pito” do oficial por “ter ido buscar o PM Manoel”!
O PM Ivo sofreu cirurgias pois
foi atingido por vários disparos no abdome, voltando meses depois a ativa. Já o PM Manoel, foi alvejado por disparos que
atingiram tendões no pescoço e próximo a coluna. Foi aposentado!
*Em algumas das minhas
prisões, ou quando era “convidado” para me “explicar”, no 5º regimento da
Brigada em Santiago, sabia o que me esperava! Sempre havia uma justificativa
para me levaram lá. Às vezes, não havia nada e era só para me torturarem psicologicamente,
outras me trancafiavam, sem justificativa alguma, só para “aguardar solução de
parte”, na sede. Por vezes, nem sabia qual era a acusação. Um ou dois dias
depois, era liberado, sem ter para quem reclamar. Mas, a justificativa era, no
fundo, a mesma: por ser presidente e defender os interesses do praças de São Borja.
Nas minhas prisões, lembro que pela manhã, ás 8 horas era retirado meu colchão
da cela, e só era recolocado a partir das 22hs.
Durante o dia, não podia
dormir, mesmo preso. Mas eu dormia mesmo assim, no piso duro da cela.
*certa vez, estava preso em
Santiago, eu os Pms Mazzuco e Vargas. Quando chegou um caminhão de pedra.
Mandaram chamar os presos (nós) para
descarregar o dito caminhão. Subi no caminhão e sentei em cima das pedras...e
disse que não iria descarregar nada!....depois de um tempo de puxa-frouxa,
liberaram de tal obrigação “de preso”.
*noutra prisão, o comandante
mandou “chamar o preso” para pintar as linhas do campo, para o jogo dos oficiais,
no final da tarde. Lá fui eu....no meio da pintura veio um capitão de “língua
de fora” dizendo: “o coronel mandou tirar este louco do campo!”.
Que eu fiz: sai pintando as
linhas laterais, tão tortas que se você corresse na lateral do campo, sairia pra
fora dele, por várias vezes.
* Certa vez estavamos patrulhando São Borja, na madrugada, eu e o PM Sebastião (hoje aposentado). Quando vimos um ação estranha: homens retirando móveis de uma casa. Chegamos mais perto e quando abordamos: foi aquela correria! Após isso, começamos a sermos alvejados de três lado diferentes. O camarada Sebastião se protegeu num muro e eu levei um tiro no lado do ouvido, caindo na rua. Quando cai, comecei a rolar e tentar ver de onde viam os tiros. Neste rolamento bati com força as costas numa pedra pontuda, que me lesionou por semanas. Quando vi de onde viam os tiros, comecei a atirar. Os Assaltantes, que estavam atrás de um muro nos atiravam de "flobé", com a nossa reação, correram...e nós também, atrás deles....bala e bala!
* Outra feita, estava eu, o Sd Gayer, e o Sd Aquino, numa patrulha para abordar abgiatários na entrada da cidade. Lá pelas 4 da manhã, os ladrões viam "repontando" umas vacas. Quando demos ordem de prisão foi aquele "tendéu" de bala. Nós atiravamso e eles também... Foi quando começaram a correr e nós fomos avançando..e a bala "pipocando"....eu estava mais a frente quando ouvi na escuridão um"Huuuuimmmm"....Eu gritei alguém foi atingido? alguém foi atingido? ...até que o Sd. Gritou eu...eu... voltei correndo, e chamendo por ele...quando achei ele caido.....o Aquino saiu correndo e, no escuro bateu numa cerca de arame farpado pedendo o fuzil que caiu lá na frente e no escuro....Ele disse, que tinha dito que havia sido atingido, pois só assim, eu voltaria!
*Num certo dia lá pelo inicio dos anos 90, estava em casa
quando um cidadão estava pedia socorro, pois estava sendo sequestrado. Era levado
de “bicicleta” (nunca tinha visto isso). Mesmo eu estando cível, na esquina da antiga
servipasso, próximo a escola Olavo Bilac, no Passo de São Borja, abordei o
sequestrador que conduzia a vítima. O sequestrador reagiu e começou a disparar
contra mim...me deu um tiro e eu me joguei no chão...comecei a rolar e ele a
atirar...durante o rolamento, o sequestrador me atirou mais duas vezes, foi
quando consegui sacar a arma, atirando de baixo para cima...neste meio tempo,
levantei e saltei por cima do capo de uma saveiro da servipasso, buscando local
para proteção. Durante meu salto por cima do capo o sequestrador atirou
perfurando o para-lama dianteiro. Quando cai do outro lado voltei a atirar e tingi o assaltante de raspão no pescoço
fazendo se desequilibrar. No segundo tiro atingi na barriga, saindo o tiro na “pá-do-rabo”.
Após este fugiu cai caindo...onde em perseguição o prendi e levei preso em
flagrante para o hospital.
Tive de entregar o revólver para pericia na Policia Civil, Ficando
só com a minha pistola .380. O Advogado do sequestrador acusava-me de ter atingido
o assaltante com tiros de pistola. Para tentar me desqualificar, o advogado encontrou
um disparo que atingiu um poste de cerca próximo ao tiroteio e comprou o poste.
Mandou serrar e achou um a bala de pistola .380. Desta forma tentou me desmoralizar por conta da “arma” que atendi a
ocorrência. Solicitou ao delegado que conduzia o inquérito que fizessem uma
pericia na minha pistola para saber se eu tinha ou não disparado com a pistola,
e foi atendido. No dia marcado fui lá na delegacia e deram um tiro para pegar o
a bala e comparar com a entregue pelo advogado. A balística comprovou que a
balas eram diferente. De canos diferentes. Lembra Adão Mauro Mulazzani Pires?
O sequestrador cumpriu pena por sequestro, tentativa de homicídio
e porte ilegal de arma.
*Noutra época, foi proibido pelo comando que a brigada
entrasse na antiga “vila de tábua”, em São Borja, pois lá estavam escondido
assaltantes de Banco que mataram PMs e tiroteavam com a Brigada. Naquela
comunidade 95% eram de pessoas trabalhadoras e honestas, mas que estavam reféns
de um grupo minoritário. Eu trabalhava na investigação, e combinei com o Cabo Dirceu
Robalo que estava de Sargento Auxiliar, na noite, que iríamos entrar na vila e
fazer uma operação de desarmamento. Na
noite, peguei minha pistola .380 e .45 , enchi os bolsos de bala, peguei um HT
(rádio) e lá pelas 02hs da madrugada, o Cabo Robalo me levou de viatura por
trás da vila. Combinamos e eu vim por dentro da vila, chegando numa esquina
onde avistava um grupo de 20 fazendo festa
no centro da vila. Avisei o Robalo e cheguei a uns trinta metros no escuro do
grupo. Quando o Robalo e mais duas viaturas entraram na frente da vila, o grupo
começou a correr para o fundo da vila, quando eu barrei gritando “é a policia deita...
é a policia deita...deita....dita” e eles foram ditando no chão sem saber de
onde vinha os gritos...pois eu estava deitado no escuro. Nesse meio tempo A
patrulhas comandanda pelo Robalo entraram correndo na quadra e quase
atropelaram o bando todo deitado. Houve revista e uma limpa das armas deles.
A partir dali, o estado assumiu a então “terrível vila de
tábuas”!
Numa ocorrência eu e o ten.
Adilomar que na época trabalhava em Uruguaiana.......lembra Adilomar? Foi feio não.....saímos pelo furo
da fechadura heheheh!
(hoje Adilomar é Tem. Coronel da
PM, concorreu a prefeito de São Gabriel, e companheiro do PT. Adilomar comanda
a defesa civil em Santa Maria-RS),
Quando eu estudava para ser piloto,
trabalhava nas motos da Brigada. Neste época, a Brigada tinha 5 aviões e
necessitava de no mínimo 10 pilotos, mas tinha somente 3. Em São Borja, eu
estudava para a prova teórica no Aeroclube, junto eu tinha como colega o
subcomandante da BM local, o ten. PM Sérgio Eudócio e o um capitão do exército.
A brigada tinha selecionado em Porto Alegre 40 oficiais para estudar também. Estes
oficiais não tiravam serviço, sua função era só estudar. Diferente do que eu
fazia que era estudar e cumprir escala.
A prova para todo este grupo
era no DAC (5º COMAR em Canoas). Fizemos a prova e destes todos, somente eu
passei. Os oficiais, que rodaram, foram então estudar com tudo pago pelo
estado, em escola de São Paulo. Passei no teórico e comecei o prático. Alguns
meses após estava checado e habilitado para voar. Cheguei em Porto Alegre para
tentar uma vaga no grupamento aéreo da Brigada, pois não tinham pilotos para
voar (os 40 oficiais estudando, tinham rodado na prova teórica e estavam
estudando em São Paulo). Lá no grupamento fui recebido, pelo cap. ou ten.
Stocker (não sei se é este o nome certo e se é assim que se escreve). Este oficial
me disse que aviões da Brigada eu não poderia voar, pois esta atribuição era
somente de oficiais. Fui de volta para São Borja. Onde voava para a Polícia
Federal em operações no estado, e na região, fazendo policiamento de fronteira
com os aviões do aeroclube de São Borja. Meu companheiro de voo na região era o
piloto civil e meu amigo Jarbas Landarin.
*Numa certa vez, houve um
assalto a uma leiteria no interior do município e próximo a cidade de São Borja.
Chegamos lá pela meia-noite. Avaliamos e resolvemos seguir os rastos e as
cercas cartadas, na tentativa de alcançar os ladrões assaltantes. O CB ladir,
Eraldo, Felipe, Freitas, Baicão e eu seguimos por dentro de banhados, campos e matos,....quando
estava clareando o dia entramos na cidade....pela vila Umbu. Continuamos
segundo a trilha de sangue e outras deixadas pelos abigeatários que levam 4 ou
5 vacas de leite carneadas. Chegamos no centro da vila cabeleira. Numa casa de
um já conhecido abigeatários. O terreno era cercado por uma tela de três metros
e o portão estava cadeado. Lá dentro estavam uns 8 a 10 abigeatários/assaltantes.
Eu estava com uma metralhadora Bereta. Na época eu era leve e ágil, e pulei a
cerca sem problemas, entrei no galpão onde estavam o grupo de ladrões e a carne
das vacas que estavam em cima de uma mesa. Dei voz de prisão e fiz eles
deitarem. Quando olho para trás...os guris não tinham conseguido pular a
cerca.....foi feio mas não perdi o impulso de ter ganhado a “mão”. levei todos
para fora no “grito” e no “bico da metrelhadora”. Fiz um deles abrir o portão
para os colegas entrarem....depois ríamos muito........virou piada a situação.
*Noutra vez, eu e o Sd Aparício
Martins Dinat estávamos numa “campana” na entrada da cidade. Quando vinham dois
meliantes lá pelas 3 da manhã, na entrada da cidade, perto do estádio Vicente Goulart, de bicicleta
carregada de carne e cada um com uma “flobé” no guidon...nós conversamos e dividimos:
“eu fico com o da direita” o Dinat “eu fico com o da esquerda” e quando passaram,
saltamos do escuro ...eu dei um chute no ladrão que estava em cima da bicicleta
e o derrubei, quando ele caiu a bicicleta que vinha carregada de carne no
bagageiro empinou e me pegou pela perna , me derrubando. O ladrão só virou a “flobé” e apertou...foi o tempo de me virar e ouvi o
disparo na minha direção, quase encostada no meu corpo, ele errou o tiro e eu comecei
a atirar e me joguei na sarjeta e no escuro .. no escuro também ficaram os ladrões.
Tudo ficou silêncio. Eu num valo do lado da estrada e o Dinat do outro lado. De
repente lá na frente, uns 50 metros, surgiu um deles, que parou no meio da
estrada e gritava “ negro ele tá no valo atira negro no valo...ele tá no valo
atira...atira” foi quando saquei a .45 e dei dois balaços na direção do ladrão
que gritava. Este entrou num mato de unha-de-gato que nem assombração passava,
mas ele passou...nós voltamos ao valo e ao escuro, onde chamamos reforço....
*Estava eu de motorista do
auxiliar que era o sargento Lemos. Lá pelas tantas fomos comunicados que havia
um tiroteio na boate “lanterna verde” ou coisa parecida, no centro da cidade. Lá
chegamos, e havia alguns baleados, ao qual providenciamos o socorro e de
imediato saímos atrás dos que haviam feito os disparos. Eram uns 6 que estavam
numa Caravam e tinham ido em direção ao passo.
Na antiga rua dos trilhos, nos
deparamos com a dita Caravam, que fugiu em alta velocidade e um dos tripulantes
da carona começou a atirar contra nós na viatura. Eu acelerei a viatura, uma camioneta
de prefixo 1519 que dirigia e começamos a perseguição. A rua era estreita e não
conseguia chegar próximo, até que cheguei na lateral traseira, quando olhei o
sargento Lemos engatilhou a metralhadora bereta e levou contra a Caravam. Olhei
para dentro da Caravam e vi que ela estava cheia de guris, e gritei “não atira”
e freei a viatura. O Lemos que já com a MT engatilhada não teve tempo de parar
e acionou o gatilho, dando uma “rajada” que furou toda a parte de trás da Caravam....se
eu não faço isso, a rajada pegaria uns 4 guris pelas costas, que estavam de Carona.
Mais a frente, o motorista
errou a curva e eu “acavalei” a viatura na Caravam, fazendo caírem num valo
onde efetuamos a prisão dos responsáveis e suas armas!
Hoje o Lemos esta aposentado, mas
poderia não estar enrolado......
*Tem a ocorrência que nós
prendemos um monte de Gendarmes e policiais argentinos na costa do Brasil.....
*Outra ocorrência que lembro,
foi quando eu e o hoje Sgt. Patrício fomos atender ocorrência de homicídios, e
encontramos três mortos, sendo que ao pular um muro, o Patrício caiu com os
dois pés em cima de um cadáver...se não fosse triste era como ......
*Quando chegamos à São Borja,
logo após a formatura PM, saímos a noite, onde fomos de baile em baile, , eu e
o hoje Sgt. Barcelos, que comanda a Brigada de Garruchos, quando chegamos no “bailão
do Gordo”, estava eu lá dentro dançando quando deu uma briga com o Barcelos...fui
para fora e chegando lá, o Barcellos estava caído com uns 10 batendo....cheguei
com a única arma que tinha..uma faca e aí...foi uma guerra...acabei por
socorrer o Barcellos e tive de brigar feio...acabei com os dedos todos
picoteados a pontaços de “daga e facão”...mas.....
*Outro fato foi no final de
baile do estádio gen. Vargas, quando eu e o Sd. Viero, (hoje sargento), fomos
atender ocorrência de uma verdadeira guerra campal. Chegamos e abordamos um
grupo...tive de dar um tiro para cima, para “esparramar” o bando. Só que no
meio, um deles meio “bêbado” revolveu, armado de facão, investir contra mim.....para
não dar um tiro no dito ...guardei o revólver e saquei o bastão.......quando
ele “tastaviou” dei um “bordoada” na mão dele para arrancar o facão, quebrando
o dedo do dito, que ficou com o dedo “polegar” colado no braço e gritando sem
parar. Acabou na DP.
* Numa patrulha, andando de
bicicleta em dupla, estava eu e outro PM na rua próximo ao passo. Numa esquina,
lá pelas 4hs da manhã, vinha uns 6 ladrões
repontando umas 6 a 8 vacas de leite. Meu colega disse “deixa são seis, e nós
só dois”..eu disse, que tinha entrado para a brigada e não poderia deixar
aquilo passar. E gritei aos ladrões “é a policia ..mãos ao alto”...foi só
terminar, e começou o tiroteio...os
ladrões começaram um tiroteio contra mim (pois o colega estava dentro de um
valo)...eu corri e fiquei no meio de um campo ao lado da promorar I, e os
ladrões entraram num terreno frente a promorar, de lá escorados protegidos em árvores
disparam contra mim flobés, revólveres e armas de cartuchos...eu coberto pela
escuridão, dava dois ou três tiros e rolava para alguns metros ao lado. Após alguns
minutos, o tiroteio cessa e as vacas passaram para outra rua correndo. Como eu
tinha dado uns 15 tiros de .38 e tinha que justificar com as provas: “as vacas”.
Saí correndo para tentar segurar as vacas, frutos do roubo. Quando saio no
outro lado da quadra, me topo novamente com os ladrões e foi bala para todo o
lado. Um deles, teve o cabo de plástico de flobé “rasgada” por um tiro meu (imagine
se o tiro pega a 10 centímetros para dentro, dava no meio do peito). As vacas
continuaram na disparada e foram de volta para o estábulo na casa da
proprietária. A casa era da mãe do hoje sargento da Brigada Ari Avelino
Gonçalves (que na época não era da BM). Eu cheguei na casa e acordei a D. Erci,
a qual relatei o acontecido. Ela prendeu as vacas no galpão.
Após isso, corri de volta para
tentar achar o colega. Encontrei-o carregando as bicicletas que estávamos andando.
Estava bem, e com todos os tiros intactos.
O quartilheiro do esquadrão era
o Soldado Adelmo Nene Caetano (hoje tenente na inatividade e atuando no CVMI).
O Cabo de dia deu parte por eu ter “gasto todas as bala do GPM do Passo”....tive
de pagar as balas....
Quando eu lembrar de mais fatos e histórias, volto a relatar aqui. Se os amigos e colegas LEMBRAREM, ME ENVIEM, que eu publico.
Elvio Freitas Do Amaral
Bueno
amigo, lembro que no Itaqui varias fazendas estavam sendo assaltadas e
os meliantes se escondiam na ilha quadrada, um pedaço de terra de 6x6 km
no rio Uruguai, lembro que eu e tu viajávamos dentro do barco,
guarnição composta pelo Cb. Ladir Eraldo Miranda Filipe Rene e Freitas,
tivemos que fazer a a travessia e subir a barranca que não era baixa as
03 da madrugada e prender os meliantes no ninho, fomos nós os presos
embarcado até o Porto de Itaqui, e posterior DP.
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Fotos as vezes dizem mais que um texto. Voltei no tempo relembrando as lutas pelas causas Brigadianas. Penas que nao tive o mesmo cuidado com as publicaçoes em que fui mensionado. Muito bom companheiro Rene.
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