Eis a diferença entre Fernando Henrique Cardoso e Luiz
Inácio Lula da Silva:
Durante o governo de FHC nenhuma denúncia (e foram muitas) foi
investigada e ninguém foi punido.
Nos governos Lula/Dilma, cortaram na própria carne por erros
de uma minoria, porque deu autonomia aos órgãos de investigação, como a Polícia
Federal e o Ministério Público.
O que é mais republicano? Descobrir malfeitos ou
encobri-los?
Nos tempos do engavetador-geral: Refrescando
Henrique Cardoso
O
ex-procurado-geral da República no governo FHC, Geraldo Brindeiro. Foto: Ana
Nascimento/ABr
O que é
mais vergonhoso para um presidente da República? Ter as ações de seu governo
investigadas e os responsáveis, punidos, ou varrer tudo para debaixo do tapete?
Eis a diferença entre Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva:
durante o governo do primeiro, nenhuma denúncia – e foram muitas – foi
investigada; ninguém foi punido. O segundo está tendo que cortar agora na
própria carne por seus erros e de seu governo simplesmente porque deu autonomia
aos órgãos de investigação, como a Polícia Federal e o Ministério Público. O
que é mais republicano? Descobrir malfeitos ou encobri-los?
FHC,
durante os oito anos de mandato, foi beneficiado, sim, ao contrário de Lula,
pelo olhar condescendente dos órgãos públicos investigadores. Seu
procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, era conhecido pela alcunha
vexaminosa de “engavetador-geral da República”. O caso mais gritante de
corrupção do governo FHC, em tudo similar ao “mensalão”, a compra de votos para
a emenda da reeleição, nunca chegou ao Supremo Tribunal Federal nem seus
responsáveis foram punidos porque o procurador-geral simplesmente arquivou o
caso. Arquivou! Um escândalo.
Durante a
sabatina de recondução de Brindeiro ao cargo, em 2001, vários parlamentares
questionaram as atitudes do envagetador, ops, procurador. A senadora Heloísa
Helena, ainda no PT, citou um levantamento do próprio MP segundo o qual havia
mais de 4 mil processos parados no gabinete do procurador-geral. Brindeiro foi
questionado sobre o fato de ter sido preterido pelos colegas numa eleição feita
para indicar ao presidente FHC quem deveria ser o procurador-geral da
República.
Lula,
não. Atendeu ao pedido dos procuradores de nomear Claudio Fonteles, primeiro
colocado na lista tríplice feita pela classe, em 2003 e, em 2005, ao escolher
Antonio Fernando de Souza, autor da denúncia do mensalão. Detalhe: em 2007,
mesmo após o procurador-geral fazer a denúncia, Lula reconduziu-o ao cargo. Na
época, o presidente lembrou que escolheu procuradores nomeados por seus pares,
e garantiu a Antonio Fernando: “Você pode ser chamado por mim para tomar café, mas
nunca será procurado pelo presidente da República para pedir que engavete um
processo contra quem quer que seja neste país.”
E assim
foi.
Privatizações,
Proer, Sivam… Pesquisem na internet. Nada, nenhum escândalo do governo FHC foi
investigado. Nenhum. O pior: após o seu governo, o ex-presidente passou a ser
tratado pela imprensa com condescendência tal que nenhum jornalista lhe faz
perguntas sobre a impunidade em seu governo. Novamente, pesquisem na internet:
encontrem alguma entrevista em que FHC foi confrontado com o fato de a compra
de votos à reeleição ter sido engavetada por seu procurador-geral. Depois
pesquisem quantas vezes Lula teve de ouvir perguntas sobre o “mensalão”. FHC,
exatamente como Lula, disse que “não sabia” da compra de votos para a reeleição.
Alguém questiona o príncipe?
Esta
semana, o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da presidência, colocou
o dedo na ferida: “Os órgãos todos de vigilância e fiscalização estão
autorizados e com toda liberdade garantida pelo governo. Eu quero insistir
nisso, não é uma autonomia que nasceu do nada, porque antes não havia essa
autonomia, nos governos Fernando Henrique não havia autonomia, agora há
autonomia, inclusive quando cortam na nossa própria carne”, disse Carvalho. É
verdade.
Imediatamente
FHC foi acionado pelos jornais para rebater o ministro. “Tenho 81 anos, mas
tenho memória”, disse o ex-presidente. Nenhum jornalista foi capaz de refrescar
suas lembranças seletivas e falar do “engavetador-geral” e da compra de votos à
reeleição. Pois eu refresco: nunca antes neste País se investigou tanto e com
tanta independência. A ponto de o ministro da Justiça ser “acusado” de não ter
sido informado da operação da PF que revirou a vida de uma mulher íntima do
ex-presidente Lula. Imagina se isso iria acontecer na época de FHC e do seu
engavetador-geral.
O erro do
PT foi, fazendo diferente, agir igual.
Cynara Menezes
04.12.2012
14:59
ESTUDEM PARA VOTAR CONSCIENTE!!!!!! NÃO É POSSÍVEL QUE O POVO BRASILEIRO É ALIENADO E ESQUECE O PASSADO!!!!!! ACOOOOOOOORDA BRASIL!!!!!!!!!!!!!!!!
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