CORREIO DO POVO
Governador nega crise na BM e diz que existe interesse em atingir o PT
"Não vamos tomar nenhuma atitude arbitrária, não vamos desqualificar o movimento e não vamos colar esse tipo de coisa na Brigada Militar ou nas suas representações". Dilma e Tarso: diálogo e proximidade na Expointer Crédito: cristiano estrela |
Dilma e Tarso: diálogo e proximidade na Expointer Crédito: cristiano estrela |
Correio do Povo - O senhor pretende tomar alguma medida enérgica para coibir os atos atribuídos a policiais militares gaúchos?
Tarso Genro - O que estamos vendo é que uma parte da mídia reproduz informações marcadamente de interesse político. Está se tentando, como eu tinha previsto em reuniões internas do governo, colocar em primeiro plano essa questão como se fosse algo do nosso partido, o Partido dos Trabalhadores. Eu disse que estava sendo preparado algo que acabaria culpando o PT. Nós sabíamos, já tínhamos levantado os nomes das pessoas envolvidas, e agora acabou vazando. Isso é normal. Mas colocam indicando que é fogo amigo, inclusive envolvendo de maneira malévola o nome do governador Olívio Dutra.
CP - E quais seriam os objetivos?
Tarso - Isso é o mesmo esquema de montagem política que elegeu o governador (Germano) Rigotto. Depois, não satisfeitos com o Rigotto, porque ele não cumpriu tarefas que pretendiam dar a ele, e daí elegeram Yeda (Crusius). Esse bloco de pensamento político tem muita força dentro da mídia e é esse mesmo bloco que passa informação para a mídia. Só que em vez de informação, se tenta incriminar o PT ao dizer que é fogo amigo. Isso de partidos não tem nenhuma fundamentação. Esses delitos são cometidos por indivíduos. A tentativa de incriminar partido é reproduzir preconceito contra partido, especialmente contra o PT, como se os partidos estivessem fazendo conspiração. Trata-se de pessoas que estão cometendo ilegalidades.
CP - Como o governo do Estado irá conduzir essa situação de conflito?
Tarso - Não vamos tomar nenhuma atitude arbitrária, não vamos desqualificar o movimento e não vamos colar esse tipo de coisa na Brigada Militar ou nas suas representações. Nós suspendemos as negociações com a Abamf não porque ela está fazendo isso, mas porque ela manifestou apoio a essas manifestações. Isso não nos impede de retomar as negociações mais tarde. Não estamos culpando as entidades, não achamos que haja crise na BM. São apenas pessoas que estão tomando atitudes radicais e cometendo delitos comuns. E assim serão tratados. O nosso serviço de inteligência está tomando medidas para que essas pessoas sejam responsabilizadas judicialmente. Não vamos misturar isso com as negociações.
CP - Na sexta-feira o senhor viajou a Brasília com a presidente Dilma Rousseff. O que trataram? Tarso - Despachamos sobre temas de interesse do Estado. A presidenta me pediu uma análise para saber se efetivamente mudou a relação federativa entre o Estado e a União. Ela quer cumprir de maneira plena esse compromisso. Eu mostrei cinco pontos que comprovam que as coisas mudaram. E agradeci. A União colocou R$ 1 bilhão para regular o preço do arroz no RS. Houve remessa de R$ 103 milhões para financiar a pesquisa. Temos a nova rede de institutos federais tecnológicos, cuja localização foi determinada por ela. Outro ponto foi a presença na Expointer e o compromisso que ela assumiu de trabalhar com o governo estadual pela reestruturação material da Expointer nos próximos anos. E também a renegociação da dívida dos estados com a União através dos swaps.
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