Não há dúvida de que o registro, feito pela pesquisa Ibope/CNI divulgada hoje, que dá 87% de aprovação pessoal ao Presidente Lula merece aquele famoso “nunca antes na história deste país”.
Passadas as eleições, é interessante que a gente analise isto mais além dos reflexos eleitorais de uma simples “popularidade”.
Claro que boa parte disso se deve ao fato do carisma pessoal do Presidente, suas origens e habilidades políticas.
Mas é claro também que isso não seria suficiente para isso, salvo se vivêssemos um instante onde alguma medida política de impacto, que caísse nas graças populares, como um pacote econômico provocasse um surto de apoio político. Mas isto não duraria tanto tempo, sem uma base real.
Acho que uma análise correta dos níveis de aprovação muito altos e duradouros de Lula não pode, simplemente, ser explicada por um quadro econômico favorável, embora isso seja parte essencial destes índices.
Mas creio que isso vá, como disse, além disso. Faz parte deste quadro, na minha opinião, um fator que os analistas da imprensa evitam, até porque, colonialista como são os nossos jornais, seria terrível admiti-lo.
É perceptível, porém, a qualquer um de nós, que o brasileiro recuperou a autoestima e a confiança no seu país.
Reverteu-se, especialmente a partir de 2005, a idéia de que nosso país ( e, por conseguinte, nosso povo) era intrinsecamente incapaz e que o capital e as empresas estrangeiras é que nos poderiam trazer desevolvimento e progresso.
De que as nossas elites deveriam “fazer o dever de casa” para que, quem sabe, lá adiante, nosso “povinho”, tivesse um paizinho “ajeitadinho”.
Aliás, nosso país era “pequeno” no mundo e não lhe cabia mais que o papel de coadjuvante na ordem mundial.
E Lula personificou esta mudança, tanto do ponto de vista das políticas de governo quanto, sobretudo, pela encarnação que é do brasileiro comum.
Talvez tenha feito muita gente sentir – mais que entender – algo que as elites brasileiras sempre negaram.
Que o Brasil é o povo brasileiro.
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